Você já abriu a fatura do seu SaaS ou da sua infraestrutura na nuvem e sentiu aquele aperto no peito, como se o dinheiro estivesse escorrendo pelos dedos, sem que você entenda exatamente para onde foi?
Licenças que quase ninguém usa, servidores rodando 24/7 sem necessidade, planos pagos que viraram “legado”… Esses custos, muitas vezes invisíveis, corroem a margem de lucro da empresa sem dó.
Mas, e se eu te dissesse que existe uma forma de retomar o controle, mapear cada gasto e transformar esse vazamento em economia real?
Isso é o que chamamos de otimização de custos em tecnologia, e neste artigo eu te explico como fazer isso de forma clara, prática e eficiente, sem cortar o que importa, mas eliminando o que pesa no bolso.
O Que Está Acontecendo com os Custos de Tecnologia

Com a popularização de serviços em nuvem e SaaS, muitas empresas cresceram rápido. Porém, crescer sem controle de uso é receita para gastar demais. Alguns dados recentes ajudam a entender o problema:
- Especialistas em cloud apontam que empresas frequentemente pagam por recursos de nuvem não utilizados ou superdimensionados, o que pode representar até 30% do gasto total com cloud como desperdício.
- Em levantamentos de mercado (via ferramentas de gestão), as empresas geralmente utilizam cerca de 60% das licenças SaaS que contratam, deixando 40% sem uso real.
Ou seja: não se trata apenas de economia, mas de eficiência operacional e inteligência de gasto. Cada real economizado com SaaS ou cloud pode ser reinvestido em inovação, crescimento ou melhoria de produto.
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Por Que a Otimização de Custos em Tecnologia é Crítica: passo a passo para colocar em prática

1. Inventário completo dos gastos
Liste todas as ferramentas SaaS, serviços de nuvem, licenças, assinaturas, antigo e atual. Quem paga, quanto custa, quem usa, quantos acessos há.
2. Análise de uso real
Verifique, para cada SaaS: quantos usuários realmente acessam, com que frequência, e se utilizam os recursos principais. Para cloud: que instâncias estão ociosas? Há servidores rodando sem demanda?
3. Classificação: essencial, justificável, dispensável
Com base no uso real, divida os itens em:
- essenciais (uso constante, valor claro)
- úteis, mas negociáveis (talvez downgrade de plano baste)
- dispensáveis (sem uso, duplicados, legados)
4. Negocie e ajuste contratos
Com dados concretos em mãos, renegocie licenças, cancele o que não serve, mude planos, consolide fornecedores. Uma renegociação inteligente costuma gerar economias expressivas.
5. Implemente governança contínua
Defina políticas internas de uso de SaaS/cloud, aproveitamento de licenças, desligamento de recursos ociosos, auditorias periódicas, para evitar que o desperdício se repita.
Exemplos de economia

A empresa de 80 funcionários que economizou R$ 70 mil/ano
- Pagava 120 licenças de uma ferramenta.
- Apenas 70 eram usadas de fato.
- Resultado: 50 licenças “mortas”, custo de cerca de R$ 6.000/mês jogados fora.
- Após auditoria e ajuste de licenças → economia de ~35% na ferramenta, sem perda de produtividade.
E-commerce que cortou 25% da conta de cloud
- Ambiente de testes ficava ligado fora de horário e fim de semana.
- Servidores superdimensionados para cargas leves.
- Com scripts automáticos e reestruturação, reduziu consumo e faturamento AWS em 25%.
Os Riscos de Cortar Custos Errado: Principais vilões que causam desperdício
| Vilão | Por que gera custo extra |
|---|---|
| Licenças ociosas/subutilizadas | Quem saiu da empresa, trocou departamento, ou não usa a ferramenta continua pagando. |
| Ferramentas duplicadas | Várias ferramentas com funções similares — pago por duas onde só uma bastaria. |
| Planos exagerados | Versão “Enterprise” ou com features extras que ninguém usa. |
| Recursos de cloud mal dimensionados | Instâncias rodando 24/7 ou overprovisionadas, mesmo sem uso real. |
Como Começar Agora: Boas práticas para otimização sem comprometer valor
- Nunca corte “no escuro”, antes de cancelar algo, valide uso e impacto.
- Prefira automação (scripts, autoscaling, desligamento automático) para evitar desperdício humano.
- Priorize governança: crie processo de revisão periódico, responsável por licenças e cloud.
- Meça resultados: quanto se economizou, quais contratos mudaram, impacto no caixa.
Fontes
- CloudZero – Reduce Cloud Waste In 7 Steps
- BetterCloud – What is SaaS spend optimization?
Nota: os valores exatos de desperdício variam conforme empresa, porte e maturidade operacional, use as referências como sinais de alerta e benchmark, não como regra universal.
FAQ
Não. Significa pagar pelo que realmente entrega valor. Às vezes é reduzir licenças, outras é renegociar plano ou consolidar ferramentas — o objetivo é eficiência, não apenas “cortar”.
Sim, desde que você avalie se esses recursos realmente não são usados fora do horário. Muitos ambientes de teste, homologação ou desenvolvimento não precisam rodar 24/7 — desligá-los fora do horário pode gerar economia sem impacto.
Depende da estrutura da empresa. Mas estudos de caso reais e relatórios de mercado indicam que cortes de 20% a 40% dos gastos com SaaS e cloud são plausíveis ao implementar governança, auditoria e renegociação.
Idealmente um time interdisciplinar — TI (para mapear uso), finanças (para avaliar custo-benefício) e direção (para aprovar plano e acompanhar retorno). A otimização é mais eficiente quando o processo é colaborativo e alinhado aos objetivos do negócio.
Otimização de custos em tecnologia é o processo de reduzir desperdícios em SaaS, nuvem e contratos de TI sem comprometer a operação da empresa.
Reduzir custos com SaaS envolve auditoria de licenças, eliminação de ferramentas redundantes e renegociação de contratos.

